Beatlii ama: Karen Carpenter

Uma voz que marcou uma geração e uma baterista inovadora: Karen Carpenter ficou mundialmente famosa com seu irmão Richard como “The Carpenters”. Esta história emocionante revisita sua carreira musical, seus silêncios pessoais e o legado que ela deixou. Um lembrete da beleza e fragilidade por trás de uma das vozes mais icônicas da música pop.
A história de Karen Carpenter
Karen Carpenter fez parte da dupla de irmãos de enorme sucesso “The Carpenters”. Do início dos anos 70 até meados dos anos 80, eles foram um dos artistas mais vendidos nos Estados Unidos. Seu irmão mais velho, Richard, compôs grande parte das músicas. Durante a carreira, The Carpenters emplacaram 17 músicas no Top 20, incluindo “Goodbye to Love”, “Yesterday Once More” e “Rainy Days and Mondays”. Eles conquistaram dez singles de ouro, nove álbuns de ouro, um multi-platina e três prêmios Grammy.
A voz suave e aveludada de Karen é considerada uma das mais belas do século, e sua habilidade na bateria era extraordinária. Combinada com as melodias suaves e arranjos complexos de Richard, a dupla se destacava do som mais pesado da época. Venderam mais de 100 milhões de discos no mundo todo e ainda hoje são lembrados como uma das duplas mais bem-sucedidas da história.

Karen and Richard Carpenter 01 February, 1974
Uma família apaixonada por música
Karen nasceu em 2 de março de 1950, em New Haven, Connecticut. Junto com seu irmão Richard, cresceu em uma família em que os pais, Agnes e Harold, transmitiram uma forte ética de trabalho. Agnes era conhecida por seu temperamento forte e presença marcante. Ambos os pais amavam música e incentivaram os filhos a seguirem esse caminho desde cedo.
Richard foi o primeiro a se interessar seriamente por música. Aos 12 anos, ganhou um piano e depois teve aulas na Universidade de Yale. Em 1963, a família se mudou para o sul da Califórnia para apoiar a carreira musical de Richard (e, segundo ele, também para fugir do frio).
Karen era vista como uma garota “moleca” na vizinhança. Gostava de esportes e de brincar com meninos. Seu amor pela música começou quando, no ensino médio, teve sua primeira aula de bateria. Como os pais não podiam comprar uma bateria para ela, começou praticando com baquetas em cima de um banco. Mais tarde, com seu primeiro kit, passava horas praticando no porão — ritmos complexos e viradas precisas.

Richard and Karen Carpenter in their New Haven, Conn., home in 1954
Uma cantora fora do comum
Em 1965, Karen e Richard formaram sua primeira banda: um trio com o amigo da escola Wes Jacobs. Richard tocava piano, Karen cantava e tocava bateria. Em uma entrevista ao Wall Street Journal em 2019, Richard relembrou: “A gente tocava jazz leve. Eu incentivava Karen a cantar. A primeira música foi ‘The End of the World’, com uma voz mais aguda. A voz grave veio depois. Como cantora, ela era uma raridade. Tinha ouvido absoluto e um controle de respiração incrível, sem nunca ter tido aulas.”
Dançando nas ruas
Em 1968, Karen e Richard participaram da audição para o programa de TV “Your All American College Show” como “The Dick Carpenter Trio”, junto ao baixista Bill Sissoyev. Foram selecionados e venceram com sua versão de “Dancing in the Streets”.
A dupla de irmãos
Depois de uma breve passagem pela banda “Spectrum”, com foco em vocais, Karen e Richard formaram a dupla “The Carpenters”. Em 1969, assinaram com a gravadora A&M Records. Karen tinha apenas 19 anos. O primeiro álbum foi lançado seis meses depois, mas fracassou comercialmente. Estavam prestes a perder o contrato. Então surgiu uma oportunidade: Richard recebeu a proposta de recriar a música “(They Long to Be) Close to You”. Só precisava manter o trecho de piano repetido depois da ponte. A nova versão foi um sucesso, renomeada como “Close to You”. Oito semanas depois, estava no topo da Billboard.
We Only Just Begun
No mesmo ano, outro sucesso: “We Only Just Begun”, que originalmente era um jingle de um banco. Richard ouviu na TV, adaptou e transformou em uma canção clássica — especialmente em casamentos.
Afastada da bateria
Apesar de Karen preferir tocar bateria, o público queria vê-la na frente do palco. Ela era tímida e se sentia mais confortável atrás do instrumento. Mas Richard e a gravadora insistiram para que ela se tornasse a vocalista principal.
Uma voz única
A voz de Karen era inconfundível: suave, aveludada e, ao mesmo tempo, poderosa. Sua forma de cantar transmitia emoção de forma imediata. “Dava pra sentir a tristeza e a dor dela”, contou um fã após um show em 1972.
Sucesso e dúvidas pessoais
Mesmo com tanto sucesso, a pressão e as turnês constantes começaram a pesar. Em 1975, sua rápida perda de peso já era evidente. Os shows ficaram difíceis: às vezes, Karen precisava deitar entre as músicas. Naquela época, a anorexia nervosa ainda era pouco conhecida, e ninguém sabia como ajudá-la. Ao mesmo tempo, Richard desenvolveu um vício em comprimidos para dormir.
Eles demitiram o empresário Sherwin Bass e contrataram Jerry Weintraub, que os convenceu a fazer um especial para TV. Karen adorou a ideia; Richard odiou. O programa foi um sucesso, mas o vício de Richard piorou e ele foi internado. Ele sugeriu que Karen também procurasse ajuda.
Carreira solo
Karen quis gravar um álbum solo. Trabalhou com o famoso produtor nova-iorquino Phil Ramone. O som era mais leve, animado e dançante. Mas Karen não conseguiu lidar com a desaprovação de Richard e da gravadora, e o álbum nunca foi lançado. Ela voltou a gravar com os Carpenters.

Karen Carpenter recording her famous 1980 solo album
O fim
Os anos 80 começaram mal para Karen: um casamento frustrado, o fracasso do álbum solo e sua saúde cada vez pior. Mesmo após uma internação de emergência, ela negava que estivesse com problemas. A imprensa especulava e pressionava.
No dia 4 de fevereiro de 1983, Karen desmaiou na casa dos pais, em Downey. Os paramédicos encontraram seu coração batendo apenas seis vezes por minuto. Ela foi declarada morta no hospital. Tinha apenas 32 anos. A autópsia não encontrou drogas. A causa foi uma parada cardíaca provocada por emetina — substância associada à anorexia severa. Seu nível de açúcar no sangue estava dez vezes acima do normal. Acredita-se que ela usava xarope de ipeca e laxantes para manter o peso, especialmente depois do divórcio.
Legado
Karen Carpenter será lembrada por sua voz marcante e por seu talento musical. Ela é considerada uma das melhores bateristas de todos os tempos. Sua memória continua viva.
Palavras finais
A história de Karen Carpenter é tão fascinante quanto trágica. Hoje entendemos muito mais sobre anorexia nervosa e, talvez, com o apoio certo, Karen ainda estaria viva.
Queremos te lembrar de algo importante: se você conhece alguém — amigo, familiar ou colega — que possa estar passando por algo parecido com o que Karen enfrentou, não fique em silêncio. Chegue perto, escute, apoie. Isso pode fazer toda a diferença. Pode salvar uma vida.
Se você ou alguém que você conhece precisa de apoio ou informação sobre distúrbios alimentares, veja estes recursos:
https://www.helpguide.org/articles/eating-disorders/helping-someone-with-an-eating-disorder.htm
https://www.nhs.uk/mental-health/advice-for-life-situations-and-events/how-to-help-someone-with-eating-disorder/
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