Beatlii Ama: Charlie Watts

Uma homenagem à força silenciosa por trás dos Rolling Stones. A História de Charlie Watts explora a vida e o legado de um dos bateristas mais discretos, porém mais influentes do rock. Com um amor profundo pelo jazz e um estilo único e refinado, Watts trouxe elegância e ritmo ao som da banda por quase seis décadas — sempre nos bastidores, sempre essencial.
A História de Charlie Watts
Apesar de ser famoso como baterista dos Rolling Stones, Charlie Watts quase sempre ficou quieto no fundo, deixando os outros membros brilharem. Ao contrário da maioria dos bateristas de rock, ele tocava com sofisticação e um toque de jazz, do jeito dele. Quase nunca fazia solos nas apresentações, mas sempre foi o mais estiloso. Era aquele tipo de baterista que simplesmente amava tocar bateria.

Infância
Charlie nasceu como Charles Robert Watts em 2 de junho de 1941, em Bloomsbury, Londres. Cresceu em Wembley com os pais, Charles Richard Watts e Lillian Charlotte, e a irmã Linda. Na casa da frente morava David Green, amigo de infância com quem compartilhou o amor pelo jazz. Eles passavam o tempo ouvindo gravações de jazz um na casa do outro. O que despertou o interesse de Charlie pela bateria foi ouvir os músicos Gerry Mulligan e Chico Hamilton — ele se apaixonou pela música e começou a se interessar por tocar. Em 1955, os pais deram sua primeira bateria. Ele praticava ouvindo as gravações e tentando repetir o que escutava. Quando ficou mais velho, começou a frequentar clubes para assistir shows de jazz e aprender observando os bateristas.
Na universidade, estudou arte até 1960, e depois começou a trabalhar como designer gráfico enquanto tocava com bandas locais. Em 1962, entrou para a banda Blues Incorporated, do músico de blues britânico Alexis Korner. Foi lá que conheceu seus futuros colegas de banda: Mick Jagger, Ian “Stu” Stewart, Keith Richards e Brian Jones. Em 1963, tornou-se oficialmente o baterista dos Rolling Stones.
Com os Rolling Stones
Watts não foi o primeiro baterista da banda. Antes dele, os Stones passaram por alguns outros bateristas, mas foi só quando conheceram Charlie que decidiram ficar com ele. Ele acabou se tornando o primeiro baterista fixo da banda.
Ao longo dos anos, contribuiu bastante também na parte visual da banda, já que tinha formação em arte. Para a contracapa do álbum Between the Buttons, desenhou uma tirinha de seis quadros com um poema rítmico. Ele e os colegas também criaram a produção de muitas das turnês, como os palcos da Tour of the Americas de 1975 e da Steel Wheels/Urban Jungle Tour de 1989–90.

Tocando bateria
Embora não participasse muito da composição das músicas, o estilo de Charlie ao tocar bateria se destacava. Como vinha do jazz, ele costumava usar o grip tradicional, uma técnica onde cada mão segura a baqueta de um jeito diferente. Usado especialmente no tambor (caixa), o grip tradicional também é comum em instrumentos de percussão e até em bandas de rock. Watts segurava a baqueta esquerda com a palma virada pra cima e a direita com a palma virada pra baixo — algo que dá pra ver claramente nas apresentações dos Stones.
Em 2020, os Rolling Stones participaram do show virtual One World: Together at Home, tocando a música “You Can’t Always Get What You Want”. Charlie apareceu tocando com baquetas virtuais, sem bateria real, e isso viralizou. Como já mencionamos em um post anterior, ele não estava usando o kit do Freedrum, mas mesmo assim foi muito legal vê-lo se divertindo com baquetas virtuais.
Outros projetos
Além dos Rolling Stones, Charlie trabalhou em vários outros projetos. Nos anos 70, fez parte da banda Rocket 88. Nos anos 80, saiu em turnê com a Charlie Watts Orchestra, junto com integrantes do Rocket 88. Depois, nos anos 90, formou o Charlie Watts Quintet, um quinteto de jazz, com o qual lançou alguns álbuns. Ele até lançou um álbum de techno junto com o baterista Jim Keltner — com quem já tinha colaborado num disco dos Rolling Stones.
Falecimento
No começo de agosto de 2021, Charlie foi afastado da turnê No Filter por conta de um procedimento médico no coração. Algumas semanas depois, em 24 de agosto de 2021, ele faleceu. Tinha 80 anos. Conquistou muita coisa e realizou muitos sonhos durante sua vida. Diversos músicos famosos prestaram homenagem a ele, já que era um dos bateristas mais respeitados e admirados do mundo. Charlie fez parte dos Rolling Stones por 58 anos.
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